rogercoelho Membro
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| Assunto: O Mistério da Ilha [14+] Sáb Dez 01, 2012 3:41 pm | |
| [Titulo]: O Mistério da Ilha [14+][Autor]: Roger Coelho[Capítulo 1] - Perdido- Spoiler:
AO ABRIR MEUS OLHOS, me vi ali, naquele pequeno barco, completamente desorientado em alto mar; naquela fria e escura noite de lua cheia. Não fazia a menor ideia de onde eu estava e nem pra onde iria. A noite estava tão vazia que não se via nada ao redor, a não ser o breu absoluto.
Após algum tempo - não sei o quanto - refazendo meus pensamentos e organizando minhas ideias - sentindo o leve movimento do barco naquelas calmas e desconhecidas águas - tudo o que se passava pela minha cabeça era se eu havia conseguido sair daquele lugar; daquela ilha surreal digna dos mais extraordinários contos de ficção. Por um instante fiquei paralisado, tomado por lembranças. Não conseguia acreditar em tudo o que havia acontecido. Aliás, nem eu mesmo sabia o que de fato havia acontecido; estava tudo muito confuso.
Foi quando então, pude observar ao longe pequenas luzes movendo-se em minha direção. Fiquei apreensivo, afinal, poderia ser alguém da ilha - ou talvez uma oportuna ajuda.
Após alguns minutos de espera, as luzes estavam mais próximas e pelos ruídos emitidos pela aquela embarcação, certamente devia se tratar de uma lancha - e logo após alguns instantes, de fato pude ver com clareza se tratar de uma lancha policial vindo em minha direção. Estava a salvo! Porém, a situação complicou-se além do esperado:
- Senhor, identifique-se! - gritou um dos policiais da lancha jogando a lanterna em minha cara. A forte luz cegou-me e, naturalmente, meus reflexos instintivos conduziram imediatamente minhas mãos a bloquear aquelas luz cegante em meus olhos.
- Senhor, mantenha as mãos para cima! Identifique-se imediatamente!
Pelo tom de voz pude perceber que ele não estava de brincadeira. Embora confuso, fiz o que ele havia ordenado, mas afinal, não era meu resgate?
- Meu nome é John Myers, estou perdido! [Capítulo 2] - O Interrogatório- Spoiler:
LEVARAM-ME DE VOLTA à terra firme, em alguma região costeira - só não sabia onde. Parecia uma base secreta ou algo desse tipo. Trancaram-me em uma pequena sala, onde só havia uma mesa simples e duas cadeiras - típica daquelas salas de interrogatórios que tanto vi nos filmes. Após uma longa espera, em algum momento, refleti se havia sido uma boa ideia ter saído da ilha; mas creio que tudo não passava de um mal-entendido.
Foi quando entrou na sala uma moça uniformizada muito bonita. Não sabia que havia agentes femininas tão bonitas: seus cabelos eram cacheados e castanhos, lábios carnudos, olhos verdes e pele branquinha; era como observar uma bela paisagem natural. Dirigiu-se até o assento vazio encarando-me com um semblante de preocupação ou talvez estivesse tentando compreender a situação:
-Qual a minha acusação? - indaguei em tom de brincadeira.
-Bom, isso depende - disse ela tomando um gole de seu café em seguida.
-Depende? - respondi curioso - e depende de quê, senhora... - fui interrompido antes que pudesse tentar ler o nome dela na identificação de seu uniforme.
-Senhorita - disse ela corrigindo-me um pouco desconcertada - Meu nome é Megan e seu futuro dependerá muito de como irá colaborar com nossa investigação! - confesso que sua beleza me distraía de suas palavras.
-Investigação? Estou sendo investigado? Não estou entendendo, eu estava à deriva esperando um resgate. Por que estão confinando-me aqui? Até onde eu saiba não cometi crime algum! - nessa hora senti-me como num filme policial. Mas pelo que me lembro, os interrogados nunca se davam bem nessas salas.
-À deriva? - disse ela deixando escapar um pequeno e discreto riso. - Parece que seu caso é bem mais grave que isso!
Não sabia o que estava acontecendo e pelo rumo que a conversa estava tomando, comecei a ficar preocupado. Passei a ficar imaginando o que eu poderia ter feito de tão grave. Não era nada comparado às travessuras que cometi na minha adolecência ou de quando eu e meus amigos de infância roubavamos doces da loja do Senhor Stevens. Era mais sério!
Megan deu outro gole de seu café, deixou a xícara sobre a mesa e deu um longo suspiro:
-Qual o seu nome? - disse Megan olhando-me fixamente.
-John Myers.
-E o que o senhor estava fazendo em alto mar às 4 horas da madrugada?
-Já disse, eu me perdi! - eu não poderia lhe falar sobre a ilha, até porque, dificilmente ela acreditaria.
-Senhor Myers... - interrompi dizendo que poderia me chamar de John. -Bem, John, você está querendo me convencer de que no meio da madrugada, você pegou seu pequeno barco despropositadamente e saiu navegando por aí em alto mar sem rumo até se perder e esperar por um resgate?
Confesso que ela colocando dessa maneira soa difícil de acreditar, de fato. Mas como não havia outra saída:
-Sim, mais ou menos isso - respondi de forma insegura.
Megan levantou-se, cruzou seus braços atrás de suas costas dando três passos, virou-se de frente com uma expressão de reprovação:
-John, você tem alguma ideia de onde você estava quando o encontramos?
-Na verdade não! - respondi curioso, pois à essa altura, meu caso estava transformando-se num inquietante mistério! Afinal, o que poderia ser tão ameaçador navegar no meio da madrugada?
Megan diridiu-se até a mesa e apoiou seus braços sobre a mesma, trazendo consigo o agradável aroma de seu perfume:
-John, se você não colaborar conosco temo que sua situação se complicará muito!
-Mas que situação? Diga-me, o que está havendo?
-Meus colegas ali fora - disse ela olhando para a porta da sala - acreditam que você seja algum tipo de espião ou agente secreto de nossos inimigos, cuja missão, tenha algo a ver com sabotagem de nosso projeto.
-De modo algum - respondi de forma firme e segura - não trabalho para nenhuma organização secreta, você precisa acreditar em mim, pode checar meu nome, minha ficha ou sei lá o que! - espião eu? Quem me conhece sabe que nunca fiz mal a uma mosca e que vivia apanhando dos valentões na sexta série!
-Já fizemos isso - Megan respondeu demonstrando não estar impressionada.
-Já?
-John, a sua situação é a seguinte - Megan respirou profundamente antes de prosseguir - Você estava navegando em uma área restrita; uma área proibida e exclusiva de nossos serviços de inteligência marítima.
Percebi que eu realmente estava encrencado, e o pior, é que eu não sabia o que dizer!
-E isso não é tudo - completou Megan.
-N-n-não? - respondi assustado e gaguejando um pouco.
-Não! Checamos sim seu nome, aliás foi a primeira coisa que fizemos quando o encontramos. Seu nome curiosamente não consta no sistema. Então checamos suas digitais e para nossa surpresa, também não encontramos registros de sua pessoa. Você não está carregando consigo nenhuma documentação, portanto, de acordo com as informações que levantamos, você não existe! [Capítulo 3] - A Busca por Respostas- Spoiler:
“VOCÊ NÃO EXISTE!” Essas palavras ecoaram em minha mente por um bom tempo. É o tipo de coisa que se diz para perturbar a mente de qualquer indivíduo. Trancaram-me em uma cela provisória não na condição de um criminoso, mas porque não sabiam quem eu era, e deste modo, não sabiam o que fazer comigo.
Por mais que eu tentasse, não conseguia compreender minha situação. Minha existência teria sido apagada? Por que não encontraram meus registros? Minha casa, meu trabalho, minha conta bancária... não tenho mais nada? Eu só queria que esse pesadelo acabasse; desejava acordar em minha cama, seguro, e ver que tudo não passou de um sonho ruim. A verdade é que um simples beliscar não traria minha vida de volta!
Algo estava errado. Alguma coisa estranha aconteceu enquanto estive naquela ilha. Por mais que eu detestasse a ideia, eu precisava voltar lá, precisava de respostas! Tinha que dar um jeito de fugir deste lugar, o quanto antes!
Meus planejamentos e pensamentos foram interrompidos com a chegada da agente Megan:
-John, precisamos de algumas informações suas como: a cidade que mora, nome da rua, número da casa. Estamos fazendo o possível para buscar sua identificação.
-Claro! - disse à ela empolgado com a novidade. Encontrarão minha casa e meus documentos e assim todo esse mal-entendido seria desfeito! Passei todas as informações necessárias à ela entusiasmado que esse desfecho finalmente teria um fim.
-John, tem certeza de que não tem nada pra me dizer? Esconder suas informações irá apenas te complicar.
A imagem da ilha me veio à mente assim que ela terminou de dizer. Não precisaria falar-lhe sobre a ilha; não teria como a encontrarem sem os devidos meios para tal.
-Megan, não estou escondendo nada. Estou tão confuso quanto vocês. Só quero que consigam encontrar meus documentos para desfazer todo esse mal-entendido e assim, poder voltar para casa.
-Ok. - disse Megan parecendo não estar muito convencida.
-Em breve trarei informações sobre a investigação que estamos conduzindo.
Apenas nos entre-olhamos como se nada mais tivesse para ser dito.
-Ah! Já ia me esquecendo - disse Megan retornando pouquíssimos segundos após ter ensaiado sair.
-Sim?
-Quando o encontramos, de onde você havia saído? De qual localidade?
Fiquei paralisado por alguns segundos. A verdade é que eu não sabia como eu havia chegado à ilha. Quando dei-me conta já estava lá! E quando a lancha policial me encontrou, eu havia partido da ilha; motivo pelo qual não poderia revelar. Não sabia o que dizer. Ela certamente passaria a não confiar em mim caso eu hesitasse responder.
-Agente Megan, pode vir aqui um segundo? - disse subitamente um oficial aparentemente perturbado.
-De que se trata? - disse Megan visivelmente descontente por ter sido interrompida.
-É urgente! - disse o oficial bastante assustado ou surpreso.
-John, conversamos depois.
Megan deixou o local apressada em conhecer a urgência. Fui salvo da questão comprometedora no último segundo! Mas sei que seria por pouco tempo, pois ela voltaria com a questão.
Nessa hora tentei relembrar como fui parar naquela ilha. Estava tudo muito nebuloso, mas esvaziei a mente e deixei as lembraças fluirem... [Capítulo 4] - Flashback: O Início da Jornada *NOVO!!!* (11/12/2012)- Spoiler:
HAVIA PERDIDO A MINHA tão sonhada promoção no trabalho. Não acreditei que meu chefe promoveu aquele idiota do Ted! Puxa-saco filho de uma puta! Parece que lamber o saco do chefe é bem mais recompensador do que o próprio esforço!
Mas tudo bem. Decidi ir até o bar do Joe pra encher a cara e esquecer aquele sorriso cínico do Ted. Você trabalha 5 anos inteiramente dedicados numa empresa, esforçando-se ao máximo para chamar a atenção de seu chefe - a fim de ser promovido - e um otário é que ganha a fama de empregado do mês! Trabalho como trendspotter na área de tecnologia. Meu trabalho consiste basicamente em buscar e descobrir novas tendências no mercado tecnológico; investigar ideias que tendem a ser impactantes e que possam virar produtos, bens ou conceitos. Por isso, meu trabalho exige que eu seja uma pessoa além de criativa, antenada nos acontecimentos do mundo. Pode ser um pouco exaustivo mas gosto da vida corrida que tenho. Na verdade não me imagino fazendo outra coisa.
Sentei-me no lugar de sempre; no canto do balcão onde o barman atende.
-Joe, o de sempre por favor! - no mesmo instante, Joe, com sua destreza de sempre, deslizou pelo balcão um copo de whiskey duplo on the rocks. O bar não estava muito movimentado naquela noite, então resolvi ficar até um pouco mais tarde. Após algumas doses - e após assassinar Ted na minha mente de diversas maneiras - um sujeito estranho puxou uma cadeira sentando-se ao meu lado no balcão. Notei que nunca havia visto aquela figura antes no Joe. Apesar de estranho não gerava desconfiança a ponto de chamar a polícia; tratava-se de um sujeito comum, embora estranho.
-Dia ruim? - disse o sujeito tragando seu cigarro.
-Péssimo - respondi.
-Não há nada melhor que um bom drink pra relaxar e esquecer por um momento os problemas! - disse ele parecendo saber do assunto.
De fato, para relaxar eu precisava muito mais que um drink; uma viagem pra bem longe seria ótimo! - por ironia comprovei mais tarde que devemos ter o cuidado do que desejamos, pois pode sim tornar-se realidade.
-Problemas tenho de sobra. E o mais irritante atende pelo nome de Ted.
-O sujeito bateu a cinza no cinzeiro, deu um longo trago em seu cigarro soltando o ar esfumaçado lentamente.
-Meu nome é Tom - disse o sujeito extendendo seu braço para um aperto de mãos.
-John.
-Você fuma John? - disse o sujeito aparentemente um pouco embriagado.
-Não.
-Eu também não. Quer dizer, estou parando.
O sujeito deu uma pausa em sua fala como se estivesse escolhendo as palavras seguintes.
-Sabe de uma coisa? Dizem que o cigarro faz mal e te mata um dia. Mas se não é o cigarro é alguma doença, um atropelamento, um acidente fatal, quer dizer, o cigarro é apenas mais um meio de se morrer nesse mundo!
Até que fiquei impressionado com sua “frase filosófica”. Apesar de não ter tanta razão assim, fazia algum sentido.
-Você não deixa de estar certo! - respondi gesticulando um brinde com meu copo de whiskey.
-As pessoas morrem, não importa como. Posso não fumar, levar uma vida cheia de saúde. Mas posso sair daqui e ser atingido por um raio e morrer sem nunca ter fumado um cigarro!
Claro! Desconsiderando que as estatísticas de mortes por raios são bem menores que as de câncer no pulmão, poderia até ser que sim.
-É! A vida de fato é frágil, se parar para pensar! - respondi
-Por isso devemos aproveitar ao máximo! Tá vendo meu carro ali fora? - disse o sujeito apontando seu conversível estacionado de frente pro bar. Virei-me para olhar seu carro esportivo.
-Tô viajando com ele pelo país. Pretendo cruzar o país de ponta a ponta. Gosto de aventuras. -Interessante! - apesar de que isso certamente não era de meu interesse. Dei o último gole no meu whiskey esvaziando o copo. Levantei-me pois já estava na minha hora.
-O papo tá bom mas preciso ir.
-Senta aí! Vamos tomar mais! Bater um papo!
-Acho que vou deixar pra próxima. Preciso mesmo ir.
-Olha que vou cobrar! A próxima será por minha conta!
Deixei o dinheiro no balcão e fui caminhando em direção à porta. Comecei a sentir uma sensação estranha: minha visão começou a ficar turva, minhas pernas ficaram moles e estava ficando com tonteira. Dei três passos antes de cair no chão desmaiado.
-FIM DO FLASHBACK- . . .
[Capítulo 5] - A Descoberta- Spoiler:
EM BREVE!
Última edição por rogercoelho em Ter Dez 11, 2012 7:02 am, editado 1 vez(es) | |
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Doctor Administrador
Mensagens : 88 Idade : 29
| Assunto: Re: O Mistério da Ilha [14+] Sáb Dez 01, 2012 6:11 pm | |
| Muito legal sua história. Começou com um mistério que mantém o leitor fixo na história. Você escreve muito bem, principalmente na descrição, parabéns. Espero pelo próximo capítulo. | |
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The Second Doctor Administrador
Mensagens : 32
| Assunto: Re: O Mistério da Ilha [14+] Dom Dez 02, 2012 9:34 am | |
| Gostei bastante, bom trabalho. Assim que eu tiver mais tempo lerei as partes 3 e 4, li só 2 até agora. | |
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rogercoelho Membro
Mensagens : 4 Idade : 41 Localização : Maringá-Paraná
| Assunto: Re: O Mistério da Ilha [14+] Seg Dez 03, 2012 1:29 pm | |
| Que bom que gostaram! Bom, estou mexendo no capitulo 4 e assim que estiver tudo editado postarei! Valeu
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rogercoelho Membro
Mensagens : 4 Idade : 41 Localização : Maringá-Paraná
| Assunto: Re: O Mistério da Ilha [14+] Ter Dez 11, 2012 7:06 am | |
| Novo Capítulo (4) adicionado!!!
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Doctor Administrador
Mensagens : 88 Idade : 29
| Assunto: Re: O Mistério da Ilha [14+] Ter Dez 11, 2012 7:24 am | |
| Ficou bem legal o capítulo. Parabéns, vou esperar o próximo. | |
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